"Mahin manhã"
Ouve-se nos cantos a conspiração
vozes baixas sussurram frases precisas
escorre nos becos a lâmina das adagas
Multidão tropeça nas pedras
Revolta
há revoada de pássaros
sussurro, sussurro:
“é amanhã, é amanhã.
Mahin falou, é amanha”
A cidade toda se prepara
Malês
Bantus
geges
nagôs
vestes coloridas resguardam esperanças
aguardam a luta
Arma-se a grande derrubada branca
a luta é tramada na língua dos Orixás
é aminhã, aminhã”
sussuram
Malês
Bantus
geges
nagôs
“é aminhã, Luiza Mahin falô”
- Miriam Alves, em "Cadernos Negros: os melhores poemas".
São Paulo: Quilombhoje; Fundo Nacional da Cultura| Ministério da Cultura, 1998, p. 104.
Nenhum comentário:
Postar um comentário