quinta-feira, 10 de agosto de 2017

** "O fardo do homem branco"




"O fardo do homem branco"

Tomai o fardo do Homem Branco
 Enviai vossos melhores filhos
 Ide, condenai seus filhos ao exílio
 Para servirem aos vossos cativos; 
Para esperar, com chicotes pesados 
O povo agitado e selvagem 
Vossos cativos, tristes povos, 
Metade demônio, metade criança. 

Tomai o fardo do Homem Branco 
Continuai pacientemente 
Ocultai a ameaça de terror
 E vede o espetáculo de orgulho; 
Ao discurso direto e simples, 
Uma centena de vezes explicado, 
Para buscar o lucro de outrem
 E obter o ganho de outrem 

Tomai o fardo do Homem Branco
 As guerras selvagens pela paz 
 Enchei a boca dos famintos, 
E proclamai o cessar das doenças
 E quando o vosso objetivo estiver próximo 
(O fim que todos procuram)
 Assisti a indolência e loucura pagã 
Levai toda sua esperança ao nada 

Tomai o fardo do Homem Branco 
Sem a mão de ferro dos reis,
 Mas o trabalho  penoso de servos 
A história das coisas comuns 
 As portas que não devei entrar,
 As estradas que não devei passar, 
Ide, construí-as com as suas vidas 
E marcai-as com seus mortos. 

Tomai o fardo do Homem Branco 
E colhei vossa recompensa de sempre 
A censura daqueles que tornais melhor 
O ódio daqueles que guardais 
O grito dos reféns que vós ouvi
 (Ah, devagar!) em direção à luz: 
“Por que nos trouxeste da servidão,
 Nossa amada noite no Egito?” 

Tomai o fardo do Homem Branco 
Não tendais impedir 
Não clameis alto pela Liberdade 
Para ocultar sua fadiga 
Por tudo que desejai ou confidenciai 
Por tudo que permitir ou fizer 
Os povos soturnos e calados 
Medirão vosso Deus e vós. 

Tomai o fardo do Homem Branco! 
Acabaram-se vossos dias de criança 
O prêmio leve ofertado
 O louvor fácil e glorioso: 
Vinde agora, procura vossa virilidade
 Através de todos os anos difíceis,
 Frios, afiados com a sabedoria adquirida,
 O reconhecimento de vossos pares.

Rudyard Kipling

de  http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br


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