segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

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"Tudo é santo onde a devoção ressoa."
Oliver Wendell Holmes



"O burrinho problema!"



Atenção amiguinhos! 
Hoje ouviremos a estória:
 ‘O Burrinho Problema’


Numa bonita chácara, 
vivia seu João e sua família.
Como eles gostavam de Mimoso, 
o burrinho de estimação.


Mimoso era prestativo,
acostumado a puxar carroça, 
e além do mais, 
o único animal que eles possuíam!


 Mas um dia, 
que tristeza! 
Precisando muito de dinheiro, 
resolveram vender o burrinho.
 Zézito correu preparar o Mimoso 
para a triste viagem 
ou despedida.


Pegou a raspadeira
 e pôs-se a escová-lo. 
‘Mas... 
Que tal um banho?
Pensou Zézito! 
Mimoso ficará com o pelo muito mais macio e brilhante! Quanta gente vai querer comprá-lo.


Muito bem! 
O burrinho estava lustroso e faceiro
 com um lindo cabresto no pescoço! 
E assim partiram seu João, 
Zézito e Mimoso.


O garoto ia puxando o burrinho 
para que este não se cansasse, e ele e o pai 
iam a pé.


De repente,
 um rapaz que passava de bicicleta, 
disse: 
‘Será caduquice ou penitência?
 Rá, rá, rá... ’.


Seu João achou que o rapaz tinha razão.
 Montou no animal 
e mandou Zézito puxá-lo. 
Andaram um pouco,
 e o menino já estava cansado.


Encontraram então uma senhora que,
 de olhos arregalados,
exclamou: 
‘Tem graça! 
Um marmanjo montado, 
e o coitadinho do menino a pé!’

Seu João achou que era isso mesmo e, estendendo a mão para o menino, o ajudou a montar no burro. Agora, quem ficou chateado foi Mimoso. Mas... A viagem continuou.


‘Quero ver o que vão dizer agora Zézito!’
 Perto da cidade, 
viram uma banca de frutas,
 e o vendedor gritou:
 ‘Não sejam tolos!
 Querem vender o animal
 e vão os dois montados nele?
 Assim,
 quem vai chegar à cidade será à sombra do pobrezinho!’
 Seu João:
 ‘Tá certo meu filho, 
acho que ele tem razão!’


‘Eu apeio, 
e você que é levezinho,
 vai montado.’ 
E assim andaram quase um quilometro sossegado.


Porém,
que surpresa ao verem um menino, 
curvado diante deles dizendo:
 ‘Bom dia, 
majestade!’
 ‘Por que majestade?’
 Indagou Seu João.
 ‘Por que, 
apenas reis andam assim, 
com um criado as rédeas!’
 Respondeu o menino.
 ‘O que?
 Criado eu? 
Que desaforo! 
Desce depressa, Zézito!’ 
Disse seu João. 
E o menino desceu. 
O senhor cansado de tanto palpites, 
teve outra ideia:
 ‘Meu filho, 
agora é o Mimoso que vai descansar! 
Vou carregá-lo um pouco, 
e assim contentaremos a todos. ’


E então fazendo o maior esforço do mundo,
pôs o burro nas costas e, 
quase caindo,
 continuou o seu caminho.


‘Olhem, olhem!’ 
Que gritos horríveis! 
Era um grupo de meninos que vaiavam os nossos viajantes: ‘Uh, uh! 
Vejam três burros! 
Dois a pé, 
e um carregado. 
Qual deles é o mais burro?’ 
Seu João, 
irritado com mais uma crítica, 
tirou o burrinho das costas dizendo:


‘O mais burro sou eu! 
Pois venho dando ouvidos aos palpites de toda gente, 
mas vejo que é impossível satisfazer a todos!
 De hoje em diante, 
darei ouvido apenas a voz da minha consciência! 
Zézito, 
paz com a consciência
 e bola pra frente!’


E... 
Já era quase noite,
 quando seu João e Zézito 
deram meia volta em direção à fazenda, 
pois resolveram 
não mais vender o burrinho de estimação.


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